MAP movimento de activismo poético



movimento de activismo poético



MANIFESTO

1. Vivemos imersos e naufragados em multidões solitárias de imagens e de ruídos de uma leitura impossível. É necessário espaço, silêncio, intimidade e escuta, para ler e germinar imagens de dentro que possam fazer de nós coautores do mundo. A poesia é um universo integrador de parentescos e estranhezas, reconhecendo diferenças, integrando contrários e tornando sensível a unidade do mundo.

2. Somos um ecossistema que reconhece na poesia uma necessidade social e um direito humano fundamental, uma linguagem transformadora e criadora de empatia, na leitura e conhecimento de si próprio e dos outros.

3. Somos um movimento de literacia poética que defende o direito a ler-se, escutar-se e escrever-se numa autobiografia com poesia onde possamos encontrar a pronúncia e a dicção do nosso olhar e sentir pessoal.

4. Somos um movimento porque, à semelhança da vida e da condição de estar vivo, somos transitórios, em mudança, viajantes temporais e espaciais que se movem, deslocam e transformam, na alteridade criativa e criadora da poesia que torna visível o invisível.

5. A pneuma poética é o centro de gravidade da nossa apologia da perplexidade e da liberdade, dos flagrantes dos momentos únicos que se desdobram num poema. Sobrepomos aos crescentes totalitarismos e ao estímulo antropofágico do medo, do sucesso e da violência, o estímulo da Poesia enquanto realização humana de celebração das diferenças e, naturalmente, de contracultura.

6. Queremos descobrir a geopoética das comunidades e criar com elas uma interação in situ através da poesia, que resulte numa requalificação e significação cultural dos espaços em que acontecemos, públicos ou privados, fixos ou em movimento, provisórios ou permanentes.

7. Na presença imanente dos espaços e das palavras, o poema será um novo meio de formar leitores, de apropriação e habitação dos espaços e lugares, conferindo ao mesmo tempo, uma tridimensionalidade afectiva à Poesia.

8. Os únicos mapas que abrimos são os que nos situam no aqui-e-agora, extremamente necessários para nos perdermos e exercermos o direito fundamental da errância na construção da liberdade de pensamento, na escrita de uma trajectória criativa própria e de novos sentidos pessoais comunitários.

9. Trata-se de activismo poético não porque queiramos salvar a poesia (a essencialidade da poesia vive noutras latitudes), mas sim porque queremos que a poesia salve o mundo. Porque a poesia é chama intensificadora humana de uma revolução pendente e inadiável. Não uma revolução de armas ou ideologias, mas de pequenos grandes gestos revolucionários: saber pensar com a sua cabeça, ter coragem de amar por inteiro, firmar intencionalidades em valores humanizantes, etc. Uma revolução de pensamento sentido e incorporado em atitudes, uma revolução cultural subjectiva e irradiante.

10. O poema é desobediente, é uma voz vigorosa e incomensuravelmente insubmissa. Queremos construir da poesia e dos poetas, os nossos melhores perguntários, imaginários, glossários e inventários de mudança sociocultural.

11. Através da orografia do contágio poético, queremos criar uma práxis humana de verdadeira vinculação com a língua e a expressão criativa, verdadeiramente capaz de representar-nos e dizer-nos.

12. Construir uma antropologia poética da interioridade humana que exija e invente uma nova forma de realidade. Os lugares constroem-se de lugares anteriores, as pessoas nascem de pessoas, os livros vêm de outros livros, a poesia é uma forma de partilhar e metabolizar as catástrofes e lembrar-nos que somos uma comunidade humana.

MERIDIANOS DE INTERVENÇÃO

Encontros Poéticos de Rua
Leituras Performativas
Amoladores de Poemas
Padaria Poética
- Somos e compreendemos o mundo sempre a partir de um lugar e das paisagens perceptivas e emocionais que este evoca em nós. Assim, trazemos a poesia ao quotidiano e ao instante: rua, transportes públicos, restaurantes, parques, serviços públicos, superfícies comerciais, escolas, etc.


SÃO BEM-VINDOS TODOS,

Os que não se reveem na sociedade de consumo actual e buscam uma linguagem que se comporte à altura da humanidade e dos seus desafios de sustentabilidade cultural e ambiental.
Os olhares galácticos ou microscópicos que querem desenvolver visões extraordinárias do mundo e construir possibilidades.
Os que não tenham melhor sítio para estar do que no lugar de constante indagação e encantamento da Poesia.
Os insubmissos, os irrequietos e os desinquietantes sem medo de incorporar um mundo sem fronteiras, sem receio de despentear-se, de espantar-se e de desconstruir-se no seu espanto, sem medo de ser inapreensível como é.
Os que procuram mais do que existir e queiram sobretudo Ser: fractais, plurais ou contraditórios, conciliando o quotidiano com o ideário poético.


É NECESSÁRIO TRAZER,

Uma língua infinita;
Um lápis de carvão no coração;
Pés cosmopolitas e impermanentes;
As mãos cheias de ápices;
Pele confortável que permita vestir-se de avessos e direitos;
Olhos cheios de silêncio por onde possam escutar o que veem.


Nota: Nas intervenções MAP, o lugar dos livros será sempre preservado, enquanto espaço-objecto inigualável e dignificante da escrita poética. Da mesma forma, poetas e editores de poesia serão sempre tratados com o maior respeito pela sua obra e identidade.


CONTACTE-NOS: info@terracorpo.pt


Fotografia: Terra.Corpo


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