18 ANOS DE
TERRA.CORPO
Curiosamente,
18 anos após o germinar do Terra.Corpo, tudo continua a fazer agora tanto ou
mais sentido do que nesse tempo inicial de aparições e adivinhações descobertas
em encontro e em comunidade.
Em 18 anos, o mundo constituiu-se num território convulsivo e de crise humanitária sem precedentes. Por isso, neste aniversário, elejo a palavra QUERER como sinal da poética do desejo que nos funda e que se revela possibilidade transformadora de vontades e valores, mais e mais urgente a cada dia que passa.
Querer. Querer
para ser. Querer ser uma consciência-em-acção e, das nossas causas eco-ontológicas,
construir o corpo-sujeito de anatomia geográfica que se faz espaço e movimento.
Querer ser experiência: perceber percebendo, ver vendo, sentir sentindo, criar
experimentando. Ser no mundo e querer ser casa e viagem.
Lugar
fluente em linguagens imponderáveis, continuamos Terra.Corpo. Ilesos do ruído e
das tendências, preservando-nos obstinadamente iguais a nós próprios, enquanto
exercício de liberdade e topografia do fôlego que alenta cada próxima dança, o
poema seguinte, o lento silêncio inadiável.
E assim
vamos, em plena maioridade e em boa companhia, crescendo resilientemente para
onde queremos ser. Crescendo indiferentes ao impossível. Sem perguntar porque
nascemos e nascendo tantas vezes quantas exige sair para a vida e dar à luz o
que desconhecíamos ter dentro de nós.
Feliz Dia Mundial da Terra!